O amor cura

Alexsandro dos Reis Fernandes Filho

A todos os instantes, o Senhor nos dá oportunidades para fazermos a diferença na vida daqueles que estão a nossa volta. Situações são colocadas diante de nós e nossas respostas frente a tais situações definem quem somos, o que buscamos, além de dizerem muito sobre nossas prioridades. A Bíblia traz diversos exemplos de homens e mulheres que optaram por fazer a diferença.

Em II Reis podemos ver a história de uma jovem israelita que foi levada como escrava para a casa de Naamã, general de muito prestígio no exército sírio. Não há informações referente ao nome, familiares ou posição social da garota, mas suas ações nos levam a refletir sobre diversas áreas de nossas vidas.

Naamã havia dado muitas vitórias ao seu povo. Historiadores tratam o general como alguém do alto escalão da sociedade síria. Porém, o renomado guerreiro contraiu lepra, a doença mais devastadora da época. E, em decorrência da lepra, sua saúde estava muito debilitada. Imagine você, um nobre lutador, conquistador, um homem totalmente dependente do vigor físico, com o pior mal (físico) que existia naquele tempo. Fatidicamente seus feitos estavam com os dias contados.

Em uma das invasões sírias, realizada ao Norte de Israel, Naamã levou consigo uma menina para trabalhar como escrava em sua casa. A moça, certamente, passou por muitas dificuldades no período em que esteve na Síria, pois como é de conhecimento geral, o tratamento dispensado a escravos não era nenhum pouco cordial. Somado a isso, sua vida mudou completamente, pois passou a viver em uma cultura diferente, com costumes diferentes e longe de seus familiares e amigos. Seria esperado que essa menina tivesse seu coração cheio de raiva e ódio e torcesse para que coisas ruins acontecessem com aqueles que a fizeram escrava.

Quando prosseguimos com a leitura de II Reis, observamos no capítulo 5 uma postura inesperada da garota. Ao saber que o homem que a havia levado cativa estava com lepra, ela se compadeceu. Apesar de ocupar uma posição de escrava, seu coração era cheio de amor. Mesmo diante de todos os problemas e dificuldades, ela não se escondeu e foi ousada ao falar que o Deus de Israel poderia curar o general sírio.

Quantas vezes somos omissos quando o Senhor coloca diante de nós situações nas quais temos oportunidades de mostrar e falar do amor d’Ele? Muitas vezes, fingimos que não é conosco e, ao invés de agirmos com amor e compaixão, lidamos como se aquilo não nos afetasse.

Aquela jovem poderia ter se calado, ter deixado que Naamã morresse com a doença, uma vez que ele tirou a liberdade dela, mas sua ação foi totalmente balizada pelo Espírito Santo. O amor ao próximo falou tão alto que era impossível ouvir as vozes do rancor e do ódio.

Segundo C.S. Lewis: “O perdão vai além da justiça humana; é perdoar aquelas coisas que absolutamente não podem ser perdoadas”. A postura da escrava nos remete também ao perdão, uma vez que ela não teria dado a Naamã o caminho para a cura se não o houvesse perdoado. Aos olhos humanos a privação da liberdade seria imperdoável, mas aquela jovem perdoou. O perdão gerou salvação na vida do general e pode gerar salvação através de nós.

Muitas vezes, diante de coisas pequenas deixamos nossas amizades de lado e torcemos para que as pessoas que nos machucaram se deem mal, contrariando o que Cristo pregou através da cruz. Ele não precisava morrer por nós, Ele não tinha pecados, mas ainda sim sofreu por amor, perdoou todos os nossos pecados e nos fez livres. É impossível falar sobre amor quando não há perdão.

Nossas escolhas refletem se somos guiados pelos Espírito Santo ou não. Te convido a ler II Reis 5 e descobrir o final dessa história e ver tudo o que foi gerado através da atitude da menina. Não podemos perder oportunidades! Se o Senhor te colocou em um lugar é porque Ele precisa que você resplandeça o amor ali. Que tenhamos tudo o que aquela jovem teve: coragem, ousadia, compaixão e amor.

“Nós amamos porque Ele nos amou primeiro. Se alguém afirmar: ‘Eu amo a Deus’, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.” (1 Jo 4:19-20)

 

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